Assim como Elvis Presley, Marilyn Monroe e diversas outras personalidades da época, Johnny Cash era viciado em anfetaminas e barbitúricos. Mas, ao contrário dessas duas estrelas, Cash não morreu por conta de seu vício, mas por problemas com a diabetes em 12 de setembro de 2003, há exatos 15 anos.
Há quem diga que Cash morreu de tristeza, já que seu falecimento se deu aos 71 anos, 3 meses depois da morte de sua esposa, June Carter, por complicações de uma cirurgia no coração. Ao lado de June, o cantor viveu durante 35 anos e juntos eles protagonizaram um dos romances mais intensos e famosos da história da música, que, inclusive se transformou no filme Walk the Line (2005), intitulado de Johnny & June no Brasil.
Cash, filho de um fazendeiro pobre e alcóolatra, nasceu no Arkansas e perdeu seu querido irmão Jack quando tinha apenas 12 anos, e o acidente o afetou profundamente para o resto da vida. Johnny passou grande parte da infância ligado à música gospel, já que vinha de família protestante, e começou a compor e tocar violão ainda jovem.
Muita gente não sabe, mas “Folsom Prison Blues” foi composta muito antes de sua fama, quando ainda servia à Força Aérea Americana na Alemanha. Depois de voltar da Europa, Cash mudou-se para Memphis, Tennessee, e procurou a gravadora mais visionária da época, a Sun Records, que também lançou Elvis Presley.
Na Sun, Johnny gravou “Hey Porter” e “Cry Cry Cry”, que foram lançadas em 1955 e fizeram o Homem de Preto reservar seu lugar na trilha da fama da história da música. Johnny Cash sempre caminhou paralelamente no universo country e no rock e, assim como seus amigos do rockabilly – Elvis e Carl Perkins –, era um clássico bad boy dos anos 1950.
O cantor tinha a personalidade tempestuosa e costumava protagonizar constantes polêmicas; já foi preso e se apresentou em prisões como as de San Quentin e Folsom, que lhe rendeu seus dois álbuns ao vivo mais bem-sucedidos, Johnny Cash at Folsom Prison, de 1968, e Johnny Cash at San Quentin, de 1969.
A verdade é que, junto com sua banda de apoio, Tennessee Two, com sua voz marcante e sepulcral, suas letras rebeldes e melancólicas, e sua intensidade e personalidade arrebatadoras, Johnny Cash se tornou um dos artistas mais respeitados de todos os tempos. E mesmo depois de anos de carreira, ainda era um mito.
Em 2002, lançou American IV: The Man Comes Around, disco que contava com metade de material original e metade de covers. Esse álbum apresentou a versão de Johnny para a música “Hurt”, originalmente gravada pelo Nine Inch Nails. A versão do cantor foi considerada melhor que a original, se tornou seu último sucesso e lhe rendeu um Grammy de “Melhor Videoclipe”.
Seu legado é imenso, mas, como a intenção aqui não é fazer um perfil com sua discografia completa, prêmios e maiores sucessos, separamos 10 músicas indispensáveis da carreira do cantor, para você que ainda não conhece (?) – mas precisa – o trabalho do Homem de Preto. Tudo isso para não deixarmos passar em branco os 15 anos de sua morte. Confira!
Folsom Prison Blues
Hurt
I Walk the Line
Jackson com June Carter
Cocaine Blues
Ring of Fire
Man in Black
Cry Cry Cry
Orange Blossom Special
(Ghost) Riders in the Sky
Big River
A Boy Named Sue
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