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Patty Boop: Integrante da turma rocker feminina mais antiga do Brasil é Pin-Up de Novembro do UR

24 de novembro de 2022, por Mirella Fonzar
Lifestyle

Nossa Pinup do Mês de Novembro chegou ao Universo Retrô cheia de estilo e atitude. Na cena vintage há mais de 30 anos, Patty Boop é contadora, produtora de eventos, mãe e apaixonada pelo estilo Pin-Up e pelo universo rockabilly. Como o codinome sugere, Boop faz parte da turma mais antiga de mulheres rockers do Brasil – as Betty Boops – fundada em 1988.

Assim como a boneca Betty Boop, criada nos anos 1930 e que retornou aos holofotes nos anos 1980, as integrantes da turma rocker feminina tinham uma regra: não usar saias rodadas para não demonstrar fragilidade, já que o underground de São Paulo sempre foi predominantemente masculino, e a cena rockabilly não era diferente.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Assim, a preferência de Patty na hora de se vestir, até hoje, são as saias lápis, calças cigarrete e jaqueta de couro, que exibe, com orgulho, o patch de sua turma bordado nas costas. Visual este escolhido por ela também para o ensaio especial de Pin-Up do Mês, clicado por Tainá Lossehelin numa locação privada em Santo André, São Paulo.

Com peças da marca All Right Mama e o foco na simbologia que carrega a calça cigarrete e a jaqueta de couro, Patty Boop apresenta uma feminilidade nada frágil e cheia de atitude em suas fotos. Quer conhecer mais sobre essa diva? Confira a seguir nossa entrevista com ela!

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – Há quanto tempo você curte o estilo vintage e o rockabilly?

Patty Boop – Eu curto rockabilly há mais de 30 anos, mesmo não estando no meio rocker todo esse tempo, mas cresci ouvindo os sons de Elvis Presley e de muita Jovem Guarda, pois minha mãe cantava em rádio em Apucarana – Paraná, onde ela nasceu, e isso acabou fazendo parte da minha infância.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – E hoje, o retrô faz parte do seu dia a dia? Como isso acontece?

Patty Boop – Sim, eu vivo o estilo retrô, a cultura vintage e o rockabilly no meu dia a dia! Isso vai muito além do som que escuto e das festas que frequento. Desde as roupas que visto, a forma como penteio meu cabelo, os desenhos das minhas tatuagens old school, a decoração da minha casa, tudo tem alguma coisa que remeta ao passado.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – Qual foi o marco zero para você adotar esse estilo de vida?

Patty Boop – Meu marco zero, tirando a parte musical, foi ver as meninas (Betty Boops) chegando em uma festa na Freguesia do Ó, em São Paulo. Simplesmente me apaixonei pelo estilo e, daí em diante, comecei a ir com mais frequência nas festas e conhecendo mais a galera rocker.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – Quando você entrou para as Betty Boops? Como surgiu o convite?

Patty Boop – O tempo foi passando e fiquei amiga das meninas. Um dia, pensei em montar uma gangue rocker e comentei com a Sarita. Nisso, ela me falou “que turma o que, você tá louca? você é Betty Boop, Patty!”. E, assim, elas conversam e eu entrei para a turma em 2002 – já faz 20 anos!

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – Qual o propósito da turma?

Patty Boop – Quando as primeiras integrantes montaram as Betty Boops, o propósito era juntar as amigas que curtiam a mesma coisa, ou seja, a música dos anos 1950 e a atitude rebelde. As Betty Boops, por exemplo, não usavam saias rodadas, o visual sempre foi mais rebelde, com calça cigarrete ou saia lápis.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – O que você acha que mudou em relação à cena vintage ao longo desses 30 anos? E em relação ao rockabilly, em 1990, 2000, 2010 e agora desde 2020?

Patty Boop – Mudou muito! Antigamente, nos anos 1990, não tínhamos informações igual temos hoje. Para conhecer algo tinha que ser na raça. Para montar um visual ou saber quem cantava tal som, era preciso correr atrás de referências, que nem sempre eram fáceis de achar. O legal daquela época é que realmente acreditávamos que vivíamos nos anos dourados mesmo (risos).

Nos anos 2000 a cena ainda estava legal. As festas sempre lotadas, o povo não faltava em uma. Muita gente começou a ir para conhecer e começar a curtir. Claro, éramos jovens e um pouco intolerantes, por isso, quem não se adaptava ou não respeitava a cena, não tinha espaço. Hoje em dia, tem muita informação. A internet está aí pra quem ama e quer mesmo aprender. Mas, vejo que o foco hoje é mais na dança, bem diferente daquela época mágica que vivemos o estilo de vida como um todo, coisa que, no meu caso, fez parte da minha formação. Curtir o som Rockabilly não significa ser rocker.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – E você, mudou muito desde que começou a curtir o estilo?

Patty Boop – Eu mudei muito, claro! Não sou mais tão fechada só no rockabilly. Abri um leque musical maior nos últimos anos; amo, por exemplo, psychobilly. Antigamente não usava vestido ou saia rodada, hoje já uso.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – Você é mãe de 2 meninos, qual a idade deles? Como eles enxergam o seu estilo? Eles também gostam?

Patty Boop – Sim sou mãe do Lorenzo 6 anos e Yuri de 22. Os dois gostam de rockabilly também. O Yuri quando era pequeno ia e dançava comigo, hoje não vai mais, mas acha legal. Agora, o Lorenzo acho que alguns conhecem bem, pois está sempre comigo. É o meu baterista (risos)! Ele ama o rock ‘n roll e isso está no sangue. Dança, canta, é um verdadeiro rocker mirim, desde e a barriga.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – Hoje, você produz eventos no Gaz Burning Bar, um bar na Água Branca, em São Paulo. Como isso tem funcionado?

Patty Boop – A parceria com o Gaz Burning é incrível! Já trabalhava lá e eles me chamaram pra organizar algo no carnaval, daí falei, “deixa comigo” e foi um sucesso o nosso festival! Rodrigo Veri (dono do Gaz) é um puta parceiro e amigo. O bar tem o clima perfeito; é localizado numa rua sem saída no bairro da Água Branca e tem um ótimo espaço externo para shows ao vivo. Eu vejo o material das bandas, negocio, aí vamos fechando quem vai agradar o público, o principal é fazer nossos clientes felizes e isso tem dado certo.

(Foto: Tainá Lossehelin)

Universo Retrô – Você também já foi proprietária do Spades Café e do Wildwash, ambas casas voltadas ao rock ‘n roll e ao retrô. É difícil viver de rockabilly no Brasil?

Patty Boop – Sim, já tive dois bares em São Paulo. O Wildwash, na Barra Funda, em 2014, e o Spades, na Rua Augusta, em 2015. Tenho um certo conhecimento sobre bandas, daí, somado aos anos de rolê, amizades e parcerias, tudo aconteceu pelo amor à cena. Se você for viver exclusivamente só de rockabilly no Brasil, acho muito difícil. Hoje, eu vivo esse estilo no meu dia dia, mas meu trabalho principal é em outra área.

FICHA TÉCNICA

Modelo: Patty Boop
Fotografia: Tainá Lossehelin
Figurino: All Right Mama

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