A única banda 100% feminina a se apresentar no Psycho Carnival, Time Bomb Girls sobe ao palco do festival no próximo sábado, dia 2 de março, no Jokers Pub, em Curitiba. Apesar de ter menos de 1 ano de estrada, o trio paulistano está investindo pesado nos projetos. Além dos shows, as meninas acabam de lançar seu primeiro EP.
Disponível na maioria das plataformas de streaming, as canções “Confere com a Muda” e “Not a Sad Song” fazem parte do repertório autoral das garotas. “A Sayuri (Guitarra, vocal e gaita) escreveu a ‘Confere com a Muda’ e eu (Deia Marinho) a ‘Not a Sad Song’ antes de nos decidirmos fazer a banda. Quando nos encontramos pela primeira vez, já dividimos tudo o que tínhamos guardado (musicalmente e sentimentalmente)”, conta Deia.
“As duas músicas são sobre algo que já vivemos e que muita gente vai se identificar. A ‘Confere com a muda é sobre colher o que você planta e a ‘Not a Sad Song’ sobre deixar pra trás as pessoas que já te fizeram mal e seguir em frente. São duas músicas muito importantes pra gente”, completa a baixista e vocalista.
Apesar de terem se conhecido através da cena rockabilly e psychobilly, as três compartilham de gostos bastante diferenciados. Enquanto Déia vem do Punk Rock, Hardcore, Surf Music e Psychobilly, Sayuri acumula experiências em bandas de Blues, Rock and Roll, Punk Rock e Country, enquanto Camila “Pitty” Lacerda (bateria e vocal) vem do Rockabilly, Garage e Psychobilly.
Entre as influências, Deia cita alguns nomes: “o blues de Sam cooke e Etta James, o punk rock dos Ramones, o rock ‘n roll de Joan Jett, o psychobilly d’As diabatz, Batmobile e do Guanabatz, o surf dos Los straitjackets, The Ventures e The Jordans”.
Questionada se a mistura de referências ajuda ou atrapalha, Deia diz: “Essa mistura super ajuda! A gente junta tudo o que a gente mais ama em cada estilo e cria o nosso som. Temos ouvido que somos garage, punkabilly, e acredito que estamos seguindo por esse caminho, mas vale lembrar que temos também música surf e com pegada country na banda, por exemplo (risos). Estamos amando o que estamos fazendo com os nossos sons autorais e versões.”, conta Deia.
Apesar do projeto ser relativamente novo, as três são musicistas experientes. Deia toca no Reverb All-Stars, Sayuri faz parte de Los Clandestinos e Pitty do Voodoo Brothers. Três bandas igualmente reconhecidas, mas nenhuma com mais de um integrante mulher. Perguntamos, então, por que tão poucas bandas de meninas?
“Isso é bem ruim! Falo por mim que demorei tanto pra ter uma banda de meninas mesmo sendo um sonho ter uma. A gente vê que as meninas (me incluo nisso) ficam com medo de não saber tocar direito, medo dos julgamentos. O lance é que a gente é julgada só por ser mulher. Sempre esperam o pior de uma banda de meninas. Esperam que a gente toque mal, que a gente seja feminina, que faça tudo pior que uma banda de homem. Mas é legal demais tocar e mostrar que a gente pode não ser a melhor banda, mas a gente faz com gosto, com amor à música e isso pode incentivar outras meninas a se jogarem no mundo da música”, acredita Déia.
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