Beehive Hair é o famoso penteado feminino onde o cabelo é empilhado no alto da cabeça em forma cônica e pende ligeiramente para trás semelhante à forma de uma colmeia. Desenvolvido em 1960 por Margareth Vinci Heldt (1918-2016), o penteado é um ícone da década, usado por muitas estrelas de Hollywood.
Margareth era proprietária do salão Margareth Vinci Coifures no centro de Chicago, cidade onde Margareth cresceu e desde muito pequena, amava brincar com cabelos. Ainda no ensino médio, ganhou uma bolsa de estudos em uma famosa escola de beleza, mas não tendo dinheiro para comprar uma peruca para praticar em sala de aula, Margareth cortou os longos cabelos de sua mãe e os amarrou em uma presilha, improvisando assim o seu primeiro material de estudo.
Ela passou no exame do conselho do Estado com honra ao mérito em 1935. Em 1954, já dona do salão que levava o seu nome, Margareth venceu o National Coiffure Championship em Michigan, o que trouxe notoriedade para o seu estabelecimento.
Foram os editores da revista Modern Beauty Shop (agora Modern Salon) que procuraram Margareth para que ela construísse um penteado totalmente novo e fora os padrões, mas que principalmente refletisse a mensagem de modernidade da nova década que estava surgindo. Prevendo que os anos 60 seriam marcados pela corrida espacial, Margareth acertou em cheio na criação do penteado que era uma clara referência a uma espaçonave.
Margareth conta que a inspiração veio através de um chapéu de veludo preto que ela guardava há anos. Em suas entrevistas, Margareth costumava contar a história da criação do famoso penteado com bom humor e simplicidade: “Eu sempre olhava aquele chapéu e pensava: um dia, vou criar um penteado que caiba dentro dele e que continue perfeito quando o chapéu for retirado. Assim fui construindo o penteado e, quando acabei, achei que ainda faltava alguma coisa”.
O toque final foi dado com uma presilha em formato de abelha. Quando o jornalista viu a modelo pronta, ele deu o nome ao penteado: “parece uma colmeia, (beehive) você se importa se eu chamá-lo de colmeia de abelha?”. E foi assim que em fevereiro de 1960, o coque colmeia estamparia as páginas da revista e entraria definitivamente para a história da moda como um dos maiores ícones da década.
Na ânsia de exibir o cabelo cada vez mais volumoso, as mulheres usavam de tudo: valia até encharcar a cabeleira com cerveja e açúcar para levantar os fios ou recheá-los com esponja de aço. Mas foi mesmo Audrey Hepurn quem popularizou o penteado, quando usou uma versão sofisticada no filme Bonequinha de Luxo, em 1961.
Priscilla Presley no início dos anos 60 fez dos cabelos bufantes sua marca registrada, utilizando o penteado inclusive no dia do seu casamento. Artistas negras como as garotas do The Ronettes e The Supremes também aderiram ao penteado, que se mostrou bem versátil para as diversas texturas de cabelos.
Com a moda livre dos anos 70 as mulheres se libertaram do uso dos sprays e o cabelo armado passa a ser considerado fora de moda. O penteado também fazia lembrar a parte frontal de um Boeing B-52. Por este motivo, 20 anos depois da sua invenção, o grupo musical The B-52s, que ficou popular nos 80, apoderou-se do nome do penteado, que também era utilizando nos cabelos de suas vocalistas Kate Pierson e Cindy Wilson. Com visual psicodélico e músicas que seriam o inicio do eletrônico que conhecemos hoje, as cantoras Kate Pierson e Cyndi Wilson também fizeram história com seu visual.
Após alguns anos, tendo o penteado caído no ostracismo, o coque colmeia ressurge com cantoras pops como Adele e Amy Winehouse, que tinha o cabelo como uma das suas marcas registradas. Apesar da cantora fazer uma homenagem aos anos 60, a criadora Margareth certa vez disse em uma entrevista de TV que não aprovara a versão de Amy, por achá-la exagerada e desnecessária.
Estamos em pleno revival do século XX e muitas estrelas da música pop têm adotado o penteado para enriquecer seu estilo. Entre as adeptas, podemos citar Katy Perry, Rihana e Kelly Osbourne, que além de usarem o cabelo típico dos anos 60, também abusam da coloração, fazendo um mix entre o retrô e moderno.
O chapéu de veludo preto que serviu de inspiração para a criação do icônico penteado, encontra-se no Museu de História de Chicago, juntamente com um modelo da primeira versão do “Beehive hair”. Margareth faleceu aos 98 anos de idade, em 2016 em um lar de idosos em Elmhurst, cidade próxima a Chicago, deixando seu legado para a história da moda, que é insuperável!