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Lady Killer: Pin-Up do Mês traz espírito de Halloween inspirado no filme ‘O que fazemos nas sombras’

3 de outubro de 2019, por Daise Alves
Moda
Dark Pin-Up em um Caixão

O Pin-Up do Mês de outubro do Universo Retrô, um dos meses mais temáticos no universo das pin-ups, se não o mais, costuma ser estrelado por uma Horror Pin-Up Brasileira ou Dark Pin-Up como vocês vão poder conferir no Zine Comemorativo do blog Moda de Subculturas.

Para celebrar o Halloween, já passaram por aqui as pin-ups Dracurella, Murder Queen e agora trazemos mais uma diva do horror brasileiro: Bettie from Hell.

Clicado por Rodrigo Tadashi, o editorial inspirado no documentário de humor O que fazemos nas sombras, reforça que não há nada de estranho em ter um estilo alternativo, como as pessoas costumam achar, mas que faz tudo que os outros fazem, porém, de forma diferente.

No melhor estilo “Lady Killer”, “Viúva Rica”, “Matei meu marido e estou feliz agora”, a nossa pin-up aparece fazendo coisas básicas do dia a dia, como ler livro, ouvir música, se maquiar… porém, dentro de um caixão.

Confira o editorial completo abaixo e leia a entrevista para conhecer melhor a nossa pin-up:

Bettie From Hell

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – Entre todos os possíveis estilos retrô voltado para o universo das pin-ups, porque você se identifica mais com o horror pin-up?

Bettie From Hell – Eu nunca sei explicar direito o motivo de gostar de certas coisas, mas o sombrio, o oculto e o gótico sempre me atraíram. Acho que toda dark pin-up foi uma adolescente gótica, considerada estranha, então eu vejo o estilo como a maturidade da jovem gótica (risos). Além disso, o estilo é riquíssimo em referências como filmes, músicas, poemas, além de chiquérrimo. Sou apaixonada!

Dark Pin-Up

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – O que você mais sente falta dentro do estilo horror pin-up?

Bettie From Hell – Já senti falta de itens básicos de vestuário aqui no Brasil, como as saias lápis, godê, vestidos midi, mas de uns anos pra cá, as lojas brasileiras vem atendendo essa demanda que cresceu muito, fazendo peças de altíssima qualidade e bom gosto.

Pin-Up Dark

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – Como você enxerga seu crescimento nas redes sociais e como isso impacta na sua vida e na vida das pessoas?

Bettie From Hell – Eu vejo de forma positiva, pois as redes sociais deram visibilidade a pessoas comuns, como eu ou outras garotas que não se encaixavam dentro do padrão comercial de anos atrás.

Eu procuro manter um perfil bastante fiel ao que eu sou mesmo, só que mais arrumada, (risos), porque o que eu gosto de seguir e o que me faz bem, são perfis de pessoas que se parecem comigo de alguma forma e não perfis de estilo de vida inalcançáveis ou que são apenas portfólio de marcas. Aquilo que eu gosto de ver é o que eu tento transparecer.

Horror Pin-Up em ensaio com caixão

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – Como professora de história você percebe que sempre teve relação com o passado?

Bettie From Hell – Sim. Eu brinco dizendo que sempre gostei de coisas velhas e sujas e é verdade. Desde criança eu ficava visitando casarões abandonados, tinha paixão por móveis antigos. Ao me formar em história, tinha intenção de trabalhar com museus, mas acabei passando no concurso do Estado e permaneci lecionando em escola pública há dez anos, deixando de lado o sonho de ser restauradora ou museóloga.

Pin-Up Bettie From Hell

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – Uma pergunta que seus seguidores sempre fazem é como seus alunos e toda comunidade escolar encaram seu estilo. Você pode contar pra gente?

Bettie From Hell – Verdade, sempre me fazem essa pergunta, mas é bem natural a forma como lidam comigo, já que convivendo comigo todos os dias dá pra me conhecer além da aparência e estilo. Os alunos, vez ou outra, comentam que acharam tal foto bonita, que os pais me seguem no Instagram, etc. Nunca tive problemas com isso, até porque nunca interferiu na minha postura profissional.

Causa um certo estranhamento no primeiro contato, é óbvio, já que em geral temos aquela visão quase católica dos professores, onde estes são seres que habitam somente os corredores das escolas e passam os finais de semana corrigindo provas (eu não, porque sou enrolada), mas esse estranhamento passa rápido. Posso dizer que minha relação com os meus alunos é ótima.

Bettie From Hell

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – Apesar de estar sempre de cabelo preto, você muda o formato dele constantemente. Tem alguma outra cor que você gostaria de pintar e não tem coragem? Você enjoa rápido do seu cabelo?

Bettie From Hell – Não tenho vontade de ter cabelo de outra cor. O preto é a minha cor, não me reconheceria de outra forma, mas eu enjôo muito fácil do meu cabelo, por isso estou sempre mudando. O estilo de cabelo que mantive por mais tempo, foi o Bettie Page, mas depois enjoei da franjinha, tirei, voltei e agora estou sem franja novamente. Eu gosto de diversificar, de me arriscar. Meu estilo monótono me deixa muito infeliz, já que é minha grande forma de expressão.

Dark Pin-up como Lady Killer

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – As unhas também são outra característica sua que você gosta sempre de compartilhar. Acredita que esse é um elemento essencial para compor o estilo vintage?

Bettie From Hell – É e não é. Eu acho que as unhas são um bônus no estilo, mas nem sempre dá pra manter por diversos motivos. Amo as longas, no formato stiletto. São poderosíssimas. Tenho sorte de ter conhecido o trabalho da Bia, que cuida das minhas unhas e ainda me escuta choramingar sobre a vida.

Pin-Up Lady Killer Glamour Ghoul

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – Nos fale sobre a inspiração do seu ensaio para o Universo Retrô

Bettie from Hell – Eu queria explorar o tema Halloween de uma forma que ainda não tinham feito no Brasil (não que eu saiba) e me lembrei do filme What we do in the shadows (O que fazemos nas sombras, traduzido) e esse filme é basicamente um documentário de humor sobre a vida dos vampiros.

Então, para adicionar significado, me imaginei fazendo várias coisas no caixão, por isso, nas fotos, estou lendo, ouvindo música, me maquiando. Afinal, qual é o nosso segredo? O que fazemos nas sombras? Toda pessoa de estilo alternativo deve ter passado por alguma situação onde alguém fazia perguntas curiosas, como se não fôssemos normais, então é isso, eu vim trazer a resposta definitiva: fazemos o que todo mundo faz, só que diferente.

Não posso deixar de agradecer meu parceirão, Rodrigo Tadashi, que topou na hora a minha ideia e a minha amiga Juliana Melo, que tem ótimas referências e arrumava meu vestido, além de me apoiar sempre. (Onde consegui o caixão? Não conto nem morta. Risos.)

Pin-Up Bettie From Hell Lady Killer

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – Suas tatuagens também têm bastante relação com o universo circense. O que te atrai na história do circo?

Bettie From Hell – Circo é uma grande paixão. Quando eu era criança, queria fugir com o circo. Acho que a ideia de estar sempre se mudando, a coisa mágica, teatral e o estranho é o que me atraiu. Meu personagem favorito é o palhaço, principalmente por causa da visão popular de que “todo palhaço é triste”.

Pin-Up Bettie From Hell

(Foto: Rodrigo Tadashi)

Universo Retrô – Para finalizar, você sempre faz parceria com marcas. Qual dica você daria para as meninas que querem fazer o mesmo? Quais critérios devem ser considerados na hora de dar match?

Bettie From Hell – Quando eu comecei, aceitava qualquer tipo de parceria, já que nunca tinha imaginado uma coisa assim. Uma loja me dando presentes, sendo que a única coisa que eu tenho que fazer é tirar foto pra ela? Mas, com o tempo fui amadurecendo, me profissionalizando e hoje em dia só faço parceria com lojas que tenham muito a ver comigo, principalmente quando é parceria por permuta (divulgação em troca de produtos).

As dicas que eu dou, agora que sou velha e sábia, é: saiba seu valor, não adianta nada fazer propaganda em troca de produtos de qualidade inferior, não associe seu nome e sua imagem com lojas que não respeitam seus clientes ou são anti-éticas, investigue a loja minimamente, veja se seus donos não tem qualquer tipo de discurso de ódio contra minorias e por último, não fique ansiosa por conseguir parcerias. Foque no seu trabalho, faça aquilo que você gosta e se identifica, que o resultado vem com o tempo.

Acho que as lojas não estão buscando só números mais, elas buscam engajamento, vendas e as pessoas que te acompanham só irão dar suporte para a sua verdade. Inspire-se nos outros, mas procure encontrar seu próprio caminho, que se o sucesso não vier, pelo menos você se manteve fiel a si mesma.

Dark Pin-Up

(Foto: Rodrigo Tadashi)

FICHA TÉCNICA
Editorial: O que fazemos nas sombras
Pin-Up: Bettie From Hell
Foto: Rodrigo Tadashi

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