A 89ª cerimônia de entrega do Oscar, que aconteceu neste domingo (26), foi marcada por várias surpresas em algumas categorias, e outras nem tanto assim. A festa foi comandada pelo apresentador, e comediante Jimmy Kimmel, em Los Angeles nos EUA. Justin Timberlake abriu a celebração com uma performance de Can’t Stop the Feeling, que concorria ao prêmio de melhor canção original pela animação Troll.
Kimmel fez várias piadas com o atual presidente dos EUA e com seu “arqui-inimigo” Matt Damon (Gênio Indomável), produtor de Manchester à Beira-Mar, indicado ao Oscar de melhor filme. Ao contrário do que ocorreu ano passado (2016), o Oscar conseguiu atingir uma diversidade muito maior nesta edição, trazendo entre os indicados, e ganhadores, pessoas negras e de outras etnias.
Em um momento tão delicado na história americana, com a eleição de Donald Trump, é muito bom ver a academia dando mais espaço para outras pessoas, só temos a ganhar quando respeitamos esses talentos. Moonlight ganhou a estatueta de melhor filme, Viola Davis (How To Get Away With Murder) a de atriz coadjuvante e Mahershala Ali (Luke Cage) levou o do melhor ator coadjuvante.
Octavia Spencer, Taraji P. Henson e Janelle Monáe, as estrelas de Estrelas Além do Tempo, trouxeram a física da NASA Katherine Johnson em pessoa, que aos 98 foi aplaudida de pé pelos presentes na premiação, ela agradeceu a todos os presentes e permaneceu no palco durante a entrega da estatueta de melhor documentário, que foi dada a OJ: Made in America.
Ao anunciarem O Apartamento (Irã) como o vencedor do melhor filme estrangeiro, uma surpresa, o diretor iraniano Asghar Farhadi, que recebeu a estatueta pela 2ª vez, não compareceu a cerimônia como forma de protesto. Ele foi representado por Firouz Naderi, antigo diretor de explorações da NASA, e pela engenheira Anousheh Ansari, primeira mulher a realizar turismo espacial, que o recado do cineasta.
Mas nem só de protestos, e controvérsias, a noite mais importante do cinema foi feita, antes do anúncio dos indicados de cada categoria, uma apresentação com os vencedores do passado era mostrada no telão. Muitas homenagens e performances memoráveis foram realizadas, Lin-Manuel Miranda, autor do musical Hamilton e indicado ao Oscar de melhor canção original, e Auli’l Cravahlo (Moana) trouxeram How Far I’ll Go (Moana) para o palco.
John Legend subiu ao palco do Oscar para apresentar City of Stars e Audition (The Fools Who Dream), do queridinho da noite La La Land, as duas indicadas ao prêmio de melhor canção original, ele também foi produtor executivo e atuou no longa. Todo o clima presente no filme que tanto amamos estava ali, as luzes, o jazz, figurino, cenário… Temos certeza que todos vocês resolveram escutar a trilha sonora do filme em looping após assistir a performance.
Sting apresentou a música The Empty Chair, a canção foi composta para o filme Jim: The James Foley Story, sobre o jornalista assassinado em 2014 pelo Estado Islâmico. O “In Memorian” é sempre o momento mais triste da cerimônia, este ano em especial onde tivemos tantas perdas não foi fácil segurar as lágrimas ao assistir nossos ídolos, Gene Wilder (A Fantástica Fábrica de Chocolate), Prince, John Hurt (Alien- o 8º passageiro), Carrie Fisher (A Saga Star Wars), entre tantos outros, passarem pelo telão ao som de Both Sides Now cantada por Sara Bareilles.
Héctor Babenco (Pixote, a Lei do Mais Fraco, Carandiru), cineasta argentino, naturalizado brasileiro, também foi lembrado pela academia durante a homenagem a aqueles que nos deixaram. Porém foi durante o In Memorian que ocorreu a primeira gafe do Oscar em 2017, durante o tributo à figurinista Janet Patterson, indicada 4 vezes, foi a foto da produtora Jan Chapman, que apareceu no telão, e ela está viva.
Seth Rogen (Superbad – É hoje), usando os maravilhosos tênis com cadarços que se amarram sozinhos, e Michael J Fox, nosso eterno Martin Mcfly, trouxeram o Delorian, o famoso carro-máquina do tempo, do filme De Volta para o Futuro, ao palco para anunciar o vencedor do prêmio de melhor edição, que foi entregue à Até o Último Homem.
Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Bala, dirigido por Arthur Penn, foi lançado há 50 anos, e ao contar a história do famoso casal de criminosos americanos, que estamparam as capas de jornal durante os anos 30, levou Hollywood a sua maioridade. A academia convidou Faye Dunaway e Warren Beatty, os astros do filme lançado em 1967, para apresentar a categoria mais importante da noite: Melhor Filme.
Uma última reviravolta na noite deixou todos sem reação, e o Twitter alvoroçado, após La La Land ser anunciado como o longa vencedor de Melhor Filme, durante os agradecimentos organizadores do evento subiram no palco para explicar aos produtores que havia acontecido um engano e que o verdadeiro ganhador da estatueta era Moonlight. Warren então explicou que no envelope que recebeu estava escrito o nome de Emma Stone, que recebeu o prêmio de melhor atriz por La La Land.